Com o Rosto

Com o rosto vai um espelho

Tal como com a mente um mundo.

A semelhança diz ao olho duvidoso

Que a estranheza não é estranha.

Ainda cedo e com conhecimento

A identidade ainda não familiar

Olha para si mesma, no passado,

E parece ser agora ela mesmo.



Hoje parece agora.

Com a realidade futura, o tempo passa.

Com a mente vai um mundo.

Com o coração vai um clima.

Com o rosto vai um espelho

Como acontece com o corpo, um medo.

O eu jovem vai olhar para a parede

Onde o futuro mudo fala calmo,

E entre logo e então

A preexistência envelhece.



O espelho funde-se com o olho.

Em breve será o próprio olho.

Em breve o olho que era

O próprio espelho será.

A morte, a imagem final, brilhará

Transparente não de outra forma

Senão como o negro sol descreve

Com um brilho assaz fatigado.




Laura Riding poems | Poemhunter.com 

The World's Poetry Archive, 2004.

Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa  

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