O Terremoto
Ela pensa primeiro não na terra, mas em si mesma,
algo que acontece
apenas ao seu corpo, algum tipo de feitiço,
uma convulsão. Mas os quadros
nas paredes agarram-se também, as próprias paredes
num tom nervoso,
o súbito embalar do chão. A porta parte a fechadura
e abre-se. Ela sabe,
ela só sabe o que é quando pára, com uma clareza
chocante, do modo que
nada de vivo jamais fez.
Claudia Emerson, impossible bottle: poems, Louisiana State University, 2015.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa