Acerca de Envelhecer

Quando me vires sentada em silêncio,

Como um saco deixado na prateleira,

Não penses que preciso da tua conversa.

Estou a ouvir-me.

Aguenta! Pára! Não tenhas pena de mim!

Aguenta! Pára com a tua simpatia!

Tento fazer com que me entendas,

Senão, passarei bem sem isso!

Quando meus ossos estiverem rígidos e doridos,

E os meus pés não subirem a escada,

Só te irei pedir um favor:

Não me tragas nenhuma cadeira de baloiço.

Quando me vires a andar, tropeçando,

Não observes e te enganes.

Porque o cansaço não significa preguiça

E cada despedida não terminou.

Sou a mesma pessoa que era nessa altura,

Um pouco menos de cabelo, um pouco menos de queixo,

Muito menos pulmões e muito menos vento.

Mas não tenho a sorte de ainda poder respirar.




Maya Angelou poems | Poemhunter

The World's Poetry Archive, 2012.

Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa.

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