Televisionado

Notícias televisivas transformam

a utilidade de um meio dia

num desperdício de desolação.

Se nada de maravilhoso preceder

os anúncios catastróficos,

de certo nada lhes seguirá, a não ser

os rostos de olhos tristes

das crianças ossudas,

as barrigas dilatadas

a troçar da sua fome.

Porque razão são sempre

Pretas?

Por quem esperam?

A carne da costeleta de borrego

cheira mal e não pode ser

comida. Até mesmo as verdes

ervilhas rolam no meu prato

sem serem tocadas. A inocência

acasalada à indefesa

esperança no rosto das crianças.

Por que as crianças pretas

têm esperança? Quem lhes trará

ervilhas e costeletas de borrego

e mais uma manhã?




Maya Angelou poems | Poemhunter

The World's Poetry Archive, 2012.

Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa


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