acreditando no absurdo


escrevendo um poema

& sentindo-me absurdo

sobre esta actividade inútil

fui até à janela

& vi uma boina de noz desgrenhada

barba de traça

bigode à groucho

sorrindo

resmungando

para si próprio

olhando

para os cartões de felicitações na montra da imprimerie gtt-le-cœur, de repente, com uma

letra rápida

na parede, rindo secretamente & abanando a velha cabeça (um solitário excêntrico com um traje sacerdotal coçado & preto) escrever

MI4

& tive que ver & corri escada abaixo & li

PROCURAMOS RAZÕES RACIONAIS PARA ACREDITAR

NO ABSURDO




Harold Norse, In the Hub of Fiery Force: Collected Poems 1934-2033.

Thunder’s Mouth, 2003.

Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa

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Perfeição, de certo modo, era o que buscava