escola de pós-graduação: a vida dos poetas


Toda a verdade e situação são aplainadas suavemente Com ferramentas de crítica, afiadas mas

lentas Na execução: aqui murmura a serra circular Da pesquisa - que corta

como um dente áspero A carne macia e gorda de velhas biografias:

O tecido da lenda e a doença do mito Apenas uma meia-verdade arquiva

o estudioso.

Esta é a oficina dos factos, concreta como o dia -

Ainda que seja a escola nocturna: o aprendiz acena Sob o peso das notas

e penetrantes comentários:

Todos os factos do sofrimento são entoados

No ar suave da aprendizagem. É a tarefa

De esculpir a mobília da vida dos poetas

Que tanto os congestiona? Não, — pois dificilmente as suas esposas

São tão confortáveis ​​e familiares:

Esta é a a sua oficina, o seu ambiente residencial.

E, no entanto, rodeados pela mise-en-scène Do sofrimento (as vidas que

estudam), Aceitam as infâncias miseráveis ​​como uma classificação - Uma tese repousa

dentro de cada Madalena.

E a gárgula Pecado, as inclemências da Dor Espantam-se lá fora - à chuva

intumescida do inverno -

O sono quente deste quarto: aí a noite perigosa guarda a

a incomensurável e inclassificável situação.

Assim, estes aprendizes, os estudiosos nocturnos,

Devem, de facto, passar por rituais de sentidos Limitados por gongos, por memorandos

de folhas soltas,

E arrefecidos por eventos de trágico êxtase.

Depois rompem as fileiras, posicionam-se como pombos de regresso a casa Para o clima

dos subúrbios, para Crianças e esposas, e longas, limpas horas de estudo Em

que não existe láudano – nada de sangrento.




Harold Norse, In the Hub of Fiery Force: Collected Poems 1934-2033.

Thunder’s Mouth, 2003.

Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa

Outros poemas

Memorando

Por Minha Própria Conta

Além de um tempo belicoso, trovejando

Barba Azul

Dinosauria, Nós

O Gueto

Num Poema

Acordado, deitei-me nos braços do meu calor e ouvi

Insónia