no se puede vivir sin amar

 

Como poderíamos saber

que esta praça albergaria uma morte tão frágil

quanto a teia de uma aranha

Que as paredes verdes vomitadas de um hotel barato estrangulariam como um torno

esta coisa entre nós?

A chuva fria do inverno, a gripe e o turista reduzem as nossas escolhas a um movimento

errado

Nunca chegaremos às Canárias, Las Palmas ou Tenerife, praias brancas, coqueiros

na costa de África,

nada resta além da frágil teia que cada um deve tecer sozinho. Adeus, miúdo, vou

para casa.


5.i.79 / barcelona

Non se puede viver sin amar”




Harold Norse, In the Hub of Fiery Force: Collected Poems 1934-2033.

Thunder’s Mouth, 2003.

Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa

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