parapoema
na visão sangrenta do sonho uterino choraste no momento recém-nascido
uma lua de coxas
como uma parede na luz brilhante do rio surge o momento contorce-se num homem rei
vem
ele correrá nas feridas entre as pernas de um beijo vão
morto em táxis
em cantos torturados
o santo flui para o sonho
do caminho do sol
o útero que gerou pequenas mortes e o centro sagrado deslumbrante
escondeu de mim o lugar de onde ouço gritar o trigo
a mãe com o sexo trespassado por espinhos de lombos escuros
carregou o homem-mãe solitário e cortado embalou-o num silêncio molhado
a guerra constrói o seu quarto sangrento e a mãe é a perdição
Harold Norse, In the Hub of Fiery Force: Collected Poems 1934-2033.
Thunder’s Mouth, 2003.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa