verlaine aqui morreu
Quantas vezes passei por esta casa observando as cortinas contra as
portadas e a placa na fachada cinzenta marcando o ano da tua morte
Verlaine
neste quarto por cima da livraria da Rue Descartes - rua doente de tristes
clochards...
Dei por mim a pensar
no teu furacão de lixo e lama
no barulho de cafés e autocarros e paredes a pingar
com aquele paraíso sem devoção no final
perguntando-me quem está por trás daquelas janelas fechadas
uma lavadeira talvez
alguém para quem o teu nome é apenas um nome preso como tu nesse banco de areia
onde as viagens terminam
Harold Norse, In the Hub of Fiery Force: Collected Poems 1934-2033.
Thunder’s Mouth, 2003.
Versão Portuguesa © Luísa Vinuesa